Compliance nas Micro e Pequenas Empresas: Percepções de seus Administradores

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.14211/regepe.v7i3.692

Palabras clave:

Compliance, Ética, Micro e Pequenas Empresas

Resumen

O objetivo deste artigo é analisar a percepção dos administradores de micro e pequenas empresas (MPEs) em relação a compliance.  O tema tem sido discutido no mundo dos negócios depois do escândalo da Enron a partir das últimas duas décadas do século passado. Desde então, novas leis foram criadas e melhores sistemas para acompanhamento dos processos da administração de riscos das empresas foram desenvolvidos e implementados. Apesar disso, são as atitudes e comportamentos dos administradores das empresas que resultam nas ações em compliance ou não. Considerando a representatividade das MPEs no cenário competitivo brasileiro e a pouca exposição dessas empresas a esses sistemas, a pesquisa de natureza exploratória foi realizada no interior do Estado de São Paulo. Utilizou-se dois instrumentos de pesquisa para a coleta de dados, a escala de Longenecker et al. (2006) que analisa decisões organizacionais em situações problema e o grupo focal para discussão e aprofundamento dos posicionamentos encontrados. A análise dos dados foi realizada com estatística descritiva e análise de conteúdo. Os administradores revelaram ter baixa compreensão do termo compliance. Para eles, a busca pela eficácia empresarial pode contemplar não conformidade com as leis. Quando as ações e os comportamentos dos administradores sofrem influência social, a permissividade para agir em não conformidade parece aumentar. O estudo contribui com dados empíricos para aprofundar a análise do compliance no contexto brasileiro num momento crítico da política e economia do país.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Donizete Mariano Terra, Centro Universitário Campo Limpo Paulista - UNIFACCAMP.

Mestre em Administração de Empresas pelo Centro Universitário Campo Limpo Paulista - UNIFACCAMP, São Paulo, (Brasil). Prefessor da Fundação Getúlio Vargas - FGV. 

Eliane Maria Pires Giavina Bianchi, Centro Universitário Campo Limpo Paulista - UNIFACCAMP.

Doutora em Administração pela Faculdade de Economia e Administração da Universaidade de São Paulo - FEA/USP, (Brasil). Professora do corpo permanente do Centro Universitário Campo Limpo Paulista - UNIFACCAMP.

Citas

Adler, A., & Borys, B. (1996). Two types of bureaucracy: Enabling and coercive. Administrative Science Quarterly, v. 41(1), 61. DOI: https://doi.org/10.2307/2393986

Almeida, L. C. S. S., & Duarte Júnior, A. M. (2010). Desafios e soluções da Petrobras em seu projeto de atendimento à Lei Sarbanes- Oxley. Revista Eletrônica do Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar, v. 3(1), pp. 27-40.

Andreoni, J., Erad, B., & Feistein, J. (1998). Tax compliance. Journal of Economic Literature, v. 36(2), pp. 818-860.

Aranha, M. L. D. A., & Martins, M. H. P. (1993). Filosofando: Introdução à filosofia. São Paulo: Moderna.

Assi, M. (2013). Gestão do Compliance e Seus Desafios: Como Implantar Controles Internos, Superar Dificuldades e Manter a Eficiência dos Negócios. São Paulo: Saint Paul Editora.

Beaton, D., Bombardier. C., & Guillemin F. (2000). Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine, v. 25(24), pp. 3186-3191. DOI: https://doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014

Brasil, Presidência da República (2006). Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm>. Acesso em: 16 ago. 2017.

Cacioppe, R., Forster, N., & Fox, M. (2008). A Survey of Managers' Perceptions of Corporate Ethics and Social Responsibility and Actions that may Affect Companies' Success. Journal of Business Ethics, v. 82(3), pp. 681-700. DOI: https://doi.org/10.1007/s10551-007-9586-y

Castel, R., Wanderley, L. E. W., & Belfiore-Wanderley, M. (2010). Desigualdade e a questão social. São Paulo: Educ.

Cialdini, R. B., & Goldstein, N. J. (2004). Social influence: Compliance and conformity. Annu. Rev. Psycho., v. 55, pp. 591-621. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev.psych.55.090902.142015

Cialdini, R. B., & Trost, M. R. (1998). Social influence: Social norms, conformity and compliance. In: Glibert, D. T.; Fiske, S. T.; Lindzey, G. The Handbook of Social Psychology, New York: MacGraw-Hill.

Claessens, S., & Laeven, L. A (2006). A Reader in International Corporate Finance, 2. Washingtton: The World Bank.

Coimbra, M. D. A., & Manzi, V. A. (2010). Manual de Compliance: preservando a boa governança e a integralidade das organizações. São Paulo: Atlas.

Cravo, T. A., Gourlay, A., & Becker, B. (2012). SMEs and regional economic growth in Brazil. Small Business Economics, v. 38(2), pp. 217-230. DOI: https://doi.org/10.1007/s11187-010-9261-z

Crawford, R. (1994). Na era do capital humano. São Paulo: Atlas.

Creswell, J. W. (2013). Research design: Qualitative, quantitative, and mixed methods approaches. Lincoln: Sage.

Da Costa Borgeth, V. M. (2009). SOX - Entendendo a Lei Sarbanes-Oxley: um caminho para a informação transparente. São Paulo: Cengage Learning.

De Carvalho, L. M. (2013). Comprar ou piratear: critérios da tomada de decisão do consumidor. Anais dos Seminários em Administração. São Paulo, SP, Brasil, 16.

Dos Santos, R. A., De Hoyos Guevara, A. J., & Amorin, M.C.S. (2013). Corrupção nas organizações privadas: análise da percepção moral segundo gênero, idade e grau de instrução. Revista de Administração, v. 48(1), pp. 53-66. DOI: https://doi.org/10.5700/rausp1073

Duarte, E. N., Silva, A. K. A., & Silva, E. T. G. (2008). Aprendizagem Organizacional em unidades de informação: do Grupo Focal à comunidade prática. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 13(3), pp. 78-95. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-99362008000300006

Enriquez, E. (1997). Os desafios éticos nas organizações modernas. Revista de Administração de Empresas, v. 37(2), pp. 6-17. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-75901997000200002

Fassin, Y., Van Rossem, A., & Buelens, M. (2011). Small-Business Owner-Managers' Perceptions of Business Ethics and CSR-Related Concepts. Journal of Business Ethics, v. 98(4), pp. 425-453. DOI: https://doi.org/10.1007/s10551-010-0586-y

Febraban (2009). Função do Compliance. ABBI 2009. Disponível em: <http://www.abbi.com.br/download/funcaodecompliance_09.pdf.>. Acesso em: 22 nov. 2017.

Ferreira, L. F., & Santos, S. A. (2008). Mortalidade precoce: uma análise das micro e pequenas empresas de São Paulo. Disponível em: <http://www.dad.uem.br/graduacao/adm/graduacao/download/2762-29.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2017.

Fishbein, M., & Ajzen, I. (1975). Belief, attitude, intention and behavior: An introduction to theory and research. MA: Addison-Wesley Pub.

Formentini, M., & Oliveira, T. M. (2003). Ética e responsabilidade social – Repensando a comunicação empresarial [Texto para Discussão]. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, RS, Brasil.

Forte, A. (2004). Antecedents of Managers Moral Reasoning. Journal of Business Ethics, v. 51(4), pp. 315-347. DOI: https://doi.org/10.1023/B:BUSI.0000032501.59580.33

Freire, M. D. M., Machado, M. R. R., Machado, L. S., Souza, E. S., & Oliveira, J. J. (2012). Aderência às normas internacionais de contabilidade pelas empresas brasileiras. Revista de Contabilidade e Organizações, v. 6(15), pp. 3-22. DOI: https://doi.org/10.11606/rco.v6i15.52654

Giglio, E. M., & Ryngelblum, A. L. (2009). Uma investigação sobre o ator consumidor na rede de pirataria e uma proposta de alternativa de combate. RAM – Revista de Administração Mackenzie, v. 10(4), pp. 131-155. DOI: https://doi.org/10.1590/S1678-69712009000400007

Gill, A., & Biger, N. (2012). Barriers to small business growth in Canada. Journal of Small Business and Enterprise Development, v. 19(4), pp. 656-668. DOI: https://doi.org/10.1108/14626001211277451

Habish, A. (2012). The broken tables of stone: a decalogue approach to corporate compliance practice. The Journal of Management Development, v. 31(9), pp. 912-924. DOI: https://doi.org/10.1108/02621711211259866

Hambrick, D. C., & Mason, P. A. (1984). Upper Echelons: The Organization as a Reflection of Its Top Managers. The Academy of Management Review, v. 9(2), pp. 193-206. DOI: https://doi.org/10.5465/amr.1984.4277628

Karjalainen, K., Kemppainen, K., & Van Raaij, E. M. (2009). Non-Compliant Work Behavior in Purchasing: an exploration of reasons behind maverick buying. Journal of Business Ethics, v. 85(2), pp. 245-261. DOI: https://doi.org/10.1007/s10551-008-9768-2

Kelman, H. C. (1958). Compliance, Identification, and Internalization: Three processes of attitude change. Journal of Conflict Resolution, v. 2(1), pp. 51-60. DOI: https://doi.org/10.1177/002200275800200106

Landsittel, D. L., & Rittenberg L. E. (2010). COSO: Working with the academic community. Accounting Horizons, v. 24(3), pp. 455-469. DOI: https://doi.org/10.2308/acch.2010.24.3.455

Longenecker, J. G., Moore, C. W., Petty, J. W., Palich, L. E., & McKinney, J. A. (2006). Ethical attitudes in small businesses and large corporations: Theory and empirical findings from a tracking study spanning three decades. Journal of Small Business Management, v. 44(2), pp. 167-183. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1540-627X.2006.00162.x

Longman. (2003). Dicionary of Comtemporary English: the living dictionary. Ninrod: Longman.

Manzi, V. A. (2008). Compliance no Brasil: consolidação e perspectivas. São Paulo: Saint Paul Editora.

Maroco, J., & Garcia-Marques, T. (2013). Qual a fiabilidade do alfa de Cronbach? Questões antigas e soluções modernas? Laboratório de Psicologia, 4(1), 65-90. DOI: https://doi.org/10.14417/lp.763

Martins, G. de A., & Theophilo, G. de A. (2009). Metodologia da Investigação Científica para Ciências Sociais Aplicadas. São Paulo: Atlas.

McNally, J. S. (2013). The 2013 COSO Framework & SOX Compliance 2013. Disponível em: <https://www.coso.org/documents/COSO%20McNallyTransition%20Article-Final%20COSO%20Version%20Proof_5-31-13.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2017.

Newton, A. (2002). The Handbook of Compliance: making ethics work in financial services. London: Mind into Matter.

Oliveira, M. C., & Linhares, J. S. (2007). A implantação de controle interno adequado às exigências da Lei Sarbanes-Oxley em empresas brasileiras – Um estudo de caso. BASE - Revista de Administração e Contabilidade da UNISINOS, v. 4(2), pp. 160-170.

Oliveira, M., De Freitas, (1998). Focus group – pesquisa qualitativa: resgatando a teoria, instrumentalizando o seu planejamento. Revista de Administração da USP, v. 33(3), pp. 83-91.

Paulo, E. (2007). Manipulação das informações contábeis: uma análise teórica e empírica sobre os modelos operacionais de detecção de gerenciamento de resultados. (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Popper, M., & Druyan, N. (2001). Cultural prototypes? Or leaders' behaviors? A study on workers' perceptions of leadership in an electronics industry. Journal of Managerial Psychology, v. 16(7), pp. 549-558. DOI: https://doi.org/10.1108/EUM0000000006167

Ricoeur, P. (2007). A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Editora UNICAMP.

Robbins, S. P. (2005). Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson.

Sampieri, R. H., Collado, C. F., & Lucio, P. B. (1991). Metodología de la investigación. México: McGraw-Hill.

SEBRAE (2015). Perfil Econômico Municipal (2012). Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br/index.php/238-uncategorised/institucional/pesquisas-sobre-micro-e-pequenas-empresas-paulistas/estudos-regionais/10193-perfil-economico-municipal>. Acesso em: 12 ago. 2015.

SEBRAE, & DIEESE (2015). Anuário do trabalho na micro e pequena empresa. São Paulo, SP.

Selltiz, C., Wrightsman III, L. S., & Cook, S. W. (2007). Métodos de Pesquisa nas Relações Sociais. Volume 1: delineamentos de pesquisa. São Paulo: EPU.

Sticlitz, J. E. (2003). Os exuberantes anos 90: uma nova interpretação da década mais próspera da história. São Paulo: Companhia das Letras.

Tachizawa, T., & Faria, M. D. S. (2007). Criação de novos negócios: gestão de micro e pequenas empresas. Rio de Janeiro: Editora FGV.

Tanure, B., & Duarte R. G. (2006). Gestão Internacional. São Paulo: Saraiva.

Trevino, L. K. (1986). Ethical Decision Making in Organizations: A Person-Situation Interactionist Model, Academy of Management Review, v. 11, pp. 601-617. DOI: https://doi.org/10.5465/amr.1986.4306235

Trevino, L. K., Brown, M., & Hartman, L. P. (2003). A qualitative investigation of perceived executive ethical leadership: Perceptions from inside and outside the executive suite. Human Relations, v. 56(1), pp. 5-37. DOI: https://doi.org/10.1177/0018726703056001448

Wanke, P., & Magalhães, A. (2012). Logística para Micro e Pequenas Empresas, São Paulo: Editora Atlas.

Williamson, O. E. (1985). The Economic Institutions of Capitalism. New York: The Free Press.

Yin, R. K. (2010). Qualitative research from start to finish. New York: Guilford Press.

Young, O. R. (1979). Compliance and Public Authority. Baltimore: Johns Hopkins Univ. Press.

Publicado

06-09-2018

Cómo citar

Terra, D. M., & Bianchi, E. M. P. G. (2018). Compliance nas Micro e Pequenas Empresas: Percepções de seus Administradores. REGEPE Entrepreneurship and Small Business Journal, 7(3), 58–84. https://doi.org/10.14211/regepe.v7i3.692

Número

Sección

Artículo de investigación (Teórico-empírico)