Improvisação e Aprendizagem de Empreendedores Informais: A Experiência de Empreendedores Feirantes
DOI:
10.14211/regepe.v7i3.921Palavras-chave:
Improvisação, Aprendizagem, Empreendedores Informais, Feiras Especiais, ArtesãoResumo
Improvisação no trabalho deixou de ser considerada uma falha grave, passando a ser analisada sob a lente dos processos potenciais para a aprendizagem nas organizações. No Brasil, os estudos sobre o tema restringiram-se, sobretudo, ao contexto organizacional tradicional, sendo poucos também aqueles que se baseiam em resultados empíricos. Desta forma, partindo-se da análise de um contexto de empreendedorismo informal, o presente estudo realiza uma discussão teórica-empírica em torno da relação entre improvisação e aprendizagem. Foi escolhido como cenário de estudo a Feira Hippie da cidade de Goiânia, Goiás, maior feira especial do Estado, com cerca de 13.870 feirantes associados. Os dados coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, foram analisados com base nos princípios da Análise Fenomenológica Interpretativa (AFI), tendo os resultados indicado que, mesmo existindo singularidades no modo de interação social entre os feirantes e demais atores que fazem parte do universo da feira, fatores específicos levam à caracterização desse cenário enquanto uma Comunidade de Prática. Com isso, o artigo oferece contribuições metodológicas, visto ser um dos poucos estudos empíricos sobre o tema e que adota a AFI. Além disso, as particularidades reveladas pelo estudo possibilitaram a proposição de uma tipologia de improvisação voltada a atividades e ambientes pouco estruturados, o que caracteriza o contexto dos empreendedores informais pesquisados, principal contribuição teórica do estudo.
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