O Processo de Incubação Auxilia no Desenvolvimento das Capacidades Adaptativa, Absortiva e Inovativa? Estudos de Casos Múltiplos na Região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14211/regepe.v9i2.1309

Palavras-chave:

Capacidades Dinâmicas, Incubadora De Empresas, Empreendedorismo

Resumo

Objetivo: Analisar a atuação de incubadoras de empresas da região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba-MG, junto às empresas incubadas, no suporte oferecido na forma de acesso a recursos e capacidades que auxiliem no desenvolvimento das capacidades adaptativa, absortiva e inovativa pelas empresas incubadas, na perspectiva da hierarquia das capacidades dinâmicas (Wang, & Ahmed, 2007).

Método: Com abordagem qualitativa do tipo descritiva, foi realizado um estudo de casos múltiplos com 3 incubadoras da região estudada e 23 de suas empresas incubadas.

Originalidade/Relevância: Para as microempresas, a posse de informações, estratégias, tecnologias e recursos não contribui, necessariamente, para a geração de vantagem competitiva. Neste sentido, o apoio das incubadoras de empresas de base tecnológica deve auxiliar a geração de vantagens competitivas e estimular a consolidação dessas vantagens nas empresas incubadas. Como boa parte das incubadoras de empresas, aceleradoras e parques tecnológicos é custeada direta ou indiretamente pelo poder público (Anprotec, 2017), é importante a validação dos resultados e efetividade de tais investimentos na promoção da cultura de inovação, geração de emprego e renda que os novos negócios oferecem para a sociedade.

Resultados: Os resultados indicam que houve o desenvolvimento das capacidades adaptativa, absortiva e inovativa pelas empresas incubadas por causa, principalmente, da promoção de um ambiente de inovação, do conhecimento e experiência de seus gestores e consultores (acompanhamento/mentoria), da rede de relacionamentos para acessar informação, do conhecimento e identificação de oportunidades, e da imagem positiva das incubadoras.

Contribuições teóricas/metodológicas: Esses achados contribuem para o avanço dos estudos sobre a importância das relações interorganizacionais como propulsoras do desenvolvimento das capacidades dinâmicas, bem como na discussão sobre os resultados das ações das incubadoras junto às empresas incubadas. Sugere-se, assim, que a Anprotec considere esta abordagem teórica no seu método Cerne para incorporar a criação de indicadores sobre capacidade adaptativa, absortiva e inovativa dos empreendimentos desenvolvidos a partir de processos e práticas-chave adotados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcílio Ribeiro Borges, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Mestre em Administração - Universidade Federal de Uberlândia - UFU, Minas Gerais. Consultor do SEBRAE.

Janaína Maria Bueno, Universidade Federal de Uberlândia – UFU,

Pos-doutora em Administração pela Universidade Federal do Paraná- UFPR, (Brasil). Doutora em Administração - EAESP-FGV. Professora Adjunta da Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Federal de Uberlândia – UFU, Minas Gerais.

Referências

Almeida, C., Barche, C. K., & Segatto, A. P. (2014). Análise da implantação da Metodologia Cerne: estudo de caso em duas incubadoras nucleadoras do Paraná. Rev. Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, v. 3, n. 3, pp. 194-210. DOI: https://doi.org/10.14211/regepe.v3i3.90

Alves, A. C., Barbieux, D., Reichert, F. M., Tello-Gamarra, J., & Zawislak, P. A. (2017). Innovation and dynamic capabilities of the firm: defining an assessment model. RAE - Revista de Administração de Empresas, v. 57, n. 3, pp. 232-244. DOI: https://doi.org/10.1590/s0034-759020170304

Ambrosini, V., & Bowman, C. (2009). What are dynamic capabilities and are they a useful construct in strategic management? International Journal of Management Reviews, v. 11, n. 1, pp. 29-49. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1468-2370.2008.00251.x

Andino, B. F. (2005). Impacto da incubação de empresas: capacidades de empresas pós-incubadas e empresas não-incubadas. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Anprotec. (2017). Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas. Disponível em: <http://anprotec.org.br/publicacao.php?idpublicacao=2212>. Acesso em: 15 mar. 2017.

Anprotec. (2012) Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores. Estudo, Análise e Proposições sobre as Incubadoras de Empresas no Brasil: relatório técnico. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Brasília.

Barney, J. (1991) Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, v. 17, n. 1, pp. 99-120. DOI: https://doi.org/10.1177/014920639101700108

Burlamaqui, L., & Proença, A. (2009). Inovação, recursos e comprometimento: em direção a uma teoria estratégica da firma. Rev. Brasileira de Inovação, v. 2, n. 1, jan-jun. DOI: https://doi.org/10.20396/rbi.v2i1.8648869

Camargo, A. A. B., & Meirelles, D. S. (2012). Capacidades Dinâmicas: o que são e como identificá-las. Anais do XXXVI Encontro Nacional da Anpad.

Cassol, A., Cintra, R. F., Ruas, R. L., & Oldoni, L. E. (2016). Desenvolvimento da Capacidade Absortiva em Empresas Incubadas e Graduadas de Santa Catarina, Brasil. Desenvolvimento em Questão, v. 14, n. 37, pp. 168-201. DOI: https://doi.org/10.21527/2237-6453.2016.37.168-201

Cassol, A., Zapalai, J., & Cintra, R. F. (2017). Capacidade absortiva como propulsora da inovação em empresas incubadas de Santa Catarina. Revista Ciências Administrativas, v. 23, n. 1, pp. 9-41. DOI: https://doi.org/10.5020/2318-0722.23.1.9-41

Cerne. (2015). Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos. Manual de Implantação do Cerne 1. Anprotec, Brasília, DF, Brasil.

Chesbrough, H. (2008). Open innovation: a new paradigma for understanding industrial innovation. In: Chesbrough, H., Vanhaverbeke, W., & West, J. Open innovation: Researching a New Paradigm. Oxford, United Kingdom: Oxford University Press, pp. 1-14. DOI: https://doi.org/10.1093/oso/9780199290727.003.0001

Cohen, W. M., & Levinthal, D. A. (1990). Absorptive capacity: A new perspective on learning and innovation. Administrative Science Quarterly, v. 35, n. 1, pp. 128-152. DOI: https://doi.org/10.2307/2393553

Costa, P. R., Porto, G. S. (2014). Elementos tecnológicos determinantes das capacidades dinâmicas de inovação e cooperação: um estudo com as Multinacionais Brasileiras. Revista Ibero-Americana de Estratégia, v. 13, n. 3, pp. 77-93. DOI: https://doi.org/10.5585/riae.v13i3.2014

Godeiro, D. P. O., Dantas, M. L. R., Silva, D. C., & Celestino, M. D. S. (2018). Application of Importance and Performance Matrix to Assess the Quality of Services Provided by Business Incubators. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, v. 7, n. 3, pp. 1-34. DOI: https://doi.org/10.14211/regepe.v7i3.704

Gomes, M. D., & Marcondes, R. C. (2016). O desenvolvimento de micro e pequenas empresas: o caso da Incubadora Tecnológica de Guarulhos. REGE-Revista de Gestão, v. 23, n. 3, pp. 264-273. DOI: https://doi.org/10.1016/j.rege.2016.06.008

Helfat, C. E., & Peteraf, M. A. (2009). Understanding dynamic capabilities: progress along a developmental path. Strategic Organization, v. 7, n. 1, pp. 91-102. DOI: https://doi.org/10.1177/1476127008100133

Korontai, J. N., Carpejani, G., Correia, A. M. M., Freitas, W. A., Veiga, C. P., & Duclos, L. C. (2016). Proposta de indicadores de desempenho para a incubadora tecnológica do Instituto de Tecnologia do Paraná/Brasil. Revista Espacios, v. 37, n. 2.

Machado, M. M. (2015). Aprendizagem Organizacional e sua relação com o desempenho em inovação de produtos moderada pelas capacidades dinâmicas. Tese de Doutorado. Universidade Regional de Blumenau, Blumenau.

Maciel, R. S., Cruz, A. P., Aroca, R. V., & Cruz, V. M. F. (2014). Sistema de monitoramento e avaliação de empresas incubadas: Aplicação em uma Incubadora da UFRN. Anais do XXIV Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, Belém.

Moraes, R. (1999). Análise de conteúdo. Revista Educação, v. 22, n. 37, pp. 7-32.

Moré, R. P. O., Vargas, S. M. L., & Gonçalo, C. R. (2015). Interfaces Da Capacidade Absortiva Numa Perspectiva Organizacional/Interfaces Of Absorptive Capacity In: An Organizational Perspective. Revista Inova Ação, v. 3, n. 2, pp. 30-52.

Peteraf, M., Di Stefano, G., & Verona, G. (2013). The elephant in the room of dynamic capabilities: Bringing two diverging conversations together. Strategic Management Journal, v. 34, n. 12, pp. 1389-1410. DOI: https://doi.org/10.1002/smj.2078

Raupp, F. M., & Beuren, I. M. (2011). Perfil do suporte oferecido pelas incubadoras brasileiras às empresas incubadas. Revista Eletrônica de Administração, v. 17, n. 2, pp. 330-359. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-23112011000200002

Raupp, F. M., & Beuren, I. M. (2007). Compartilhamento do conhecimento em incubadoras brasileiras associadas à Anprotec. Revista de Administração Mackenzie, v. 8, n. 2, pp. 38-58. DOI: https://doi.org/10.1590/1678-69712007/administracao.v8n2p38-58

Reis, T. B., Palma, M. A. M., & Crespo, A. C. (2012). Avaliação de desempenho de empresas incubadas com base no modelo Cerne: o caso de uma incubadora do Norte Fluminense. Anais do XXXII – Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Bento Gonçalves.

Ribeiro, A. T. V. B., Plonski, G. A., & Ortega, L. M. (2015). Um Fim, Dois Meios: Aceleradoras e Incubadoras no Brasil. In: XVI Congresso Iberoamericano de Gestão da Tecnologia, (ALTEC), Porto Alegre/RS.

Santos, A. R. (2002). Metodologia científica: a construção do conhecimento. 2. ed. São Paulo: DP&A.

Schmidt, T. (2010). Absorptive capacity - one size fits all? A firm-level analysis of absorptive capacity for different kinds of knowledge. Managerial and Decision Economics, v. 31, n. 1, pp. 1-18. DOI: https://doi.org/10.1002/mde.1423

Sebrae. (2017). Global Entrepreneurship Monitor Empreendedorismo no Brasil: Curitiba: IBQP.

Silva, S. A., Baeta, A. M. C., & Oliveira, J. L. (2016). Por que analisar a gestão das incubadoras de empresas de base tecnológica sob a ótica da resource-based view? REAd. Revista Eletrônica de Administração, v. 22, n. 3, pp. 462-493. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-2311.03615.60897

Souza, C. P. S. (2016). Capacidades dinâmicas, sensemaking e ambidestria organizacional: estudo de caso de uma instituição de ensino superior privada ofertante de ensino a distância. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Paraná.

Takahashi, A. R. W., Bulgacov, S., Semprebon, E., & Giacomini, M. M. (2016). Capacidades dinâmicas, capacidade de marketing e desempenho organizacional. Brazilian Business Review, v. 14, n. 5, pp. 467-478. DOI: https://doi.org/10.15728/bbr.2017.14.5.1

Takahashi, A. R. W., Rosa, R. A., & Bulgacov, S. (2019). Capacidades dinâmicas – temas, sugestões futuras de pesquisa e desafios metodológicos atuais. In: Takahashi, A. R. W., & Bulgacov, S. Capacidades dinâmicas e renovação estratégica: como organizações se reinventam ao longo do tempo. Curitiba: Juruá, pp. 281-336.

Teece, D. J. (2017). Towards a capability theory of (innovating) firms : implications for management and policy. Cambridge Journal of Economics, v. 41, pp. 693-720. DOI: https://doi.org/10.1093/cje/bew063

Teece, D. J. (2012). Dynamic capabilities: Routines versus entrepreneurial action. Journal of Management Studies, v. 49, n. 8, pp. 1395-1401. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-6486.2012.01080.x

Teece, D. J. (2009). Dynamic capabilities and strategic management: Organizing for innovation and growth. Oxford University Press on Demand.

Teece, D., Peteraf, M., & Leih, S. (2016). Dynamic capabilities and organizational agility. California Management Review, v. 58, n. 4, pp. 13-35. DOI: https://doi.org/10.1525/cmr.2016.58.4.13

Teece, D. J., Pisano, G., & Shuen, A. (1997). Dynamic capabilities and strategic management. Strategic Management Journal, v. 18, n. 7, pp. 509-533. DOI: https://doi.org/10.1002/(SICI)1097-0266(199708)18:7<509::AID-SMJ882>3.0.CO;2-Z

Teece, D. J., & Pisano, G. (1994). The dynamic capabilities of firms: an introduction. Industrial and Corporate Change, v. 3, n. 3, pp. 537-556. DOI: https://doi.org/10.1093/icc/3.3.537-a

Tondolo, V. A. G., & Bitencourt, C. C. (2014). Compreendendo as capacidades dinâmicas a partir de seus antecedentes, processos e resultados. Brazilian Business Review, v. 11, n. 5, pp. 124-147.

Tondolo, V. A. G., Tondolo, R. R. P., Puffal, D. P., & Bitencourt, C. C. (2015) Capacidades Dinâmicas e Capital Social Organizacional: um Estudo Exploratório em Ambiente de Incubadora e Parque Tecnológico. Rev. de Adm. UFSM, v. 8, n. 4, pp. 666-684. DOI: https://doi.org/10.5902/1983465910799

Vasconcelos, F. C., & Cyrino. (2000). Vantagem competitiva: os modelos teóricos atuais e a convergência entre estratégia e teoria organizacional. Revista de Administração de Empresas, v. 40, n. 4, pp. 20-37. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-75902000000400003

Wang, C. L., & Ahmed, P. K. (2007). Dynamic capabilities: A review and research. International Journal of Management Reviews, Oxford, v. 9, n. 1, pp. 31-51. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1468-2370.2007.00201.x

Zollo, M., & Winter, S. G. (2002). Deliberate learning and the evolution of dynamic capabilities. Organization Science, v. 13, n. 3, pp. 339-351. DOI: https://doi.org/10.1287/orsc.13.3.339.2780

Publicado

03-03-2020

Como Citar

Borges, M. R., & Bueno, J. M. (2020). O Processo de Incubação Auxilia no Desenvolvimento das Capacidades Adaptativa, Absortiva e Inovativa? Estudos de Casos Múltiplos na Região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. REGEPE Entrepreneurship and Small Business Journal, 9(2), 36–70. https://doi.org/10.14211/regepe.v9i2.1309

Edição

Seção

Artigo de pesquisa (Teórico-empírico)