Proteção da propriedade intelectual por empresas incubadas: A utilização de métodos formais e não formais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14211/regepe.e1733

Palavras-chave:

Propriedade intelectual, Incubadora, Empresa de base tecnológica, Gestão da inovação, Métodos não-formais, Startup, Apropriação de valor, Ativos complementares.

Resumo

Objetivo: Verificar e caracterizar a utilização, por empresas incubadas do setor de saúde, de métodos formais e não formais de proteção da propriedade intelectual. Metodologia/abordagem: Pesquisas bibliográfica e com fontes primárias, e estudo comparativo da interação entre as organizações e o ambiente. As informações primárias das empresas incubadas foram obtidas em pesquisa de campo, realizada na incubadora Celta, em Florianópolis/SC, Brasil, por meio de entrevistas presenciais. Principais resultados: Observou-se um intenso uso de métodos não formais e de práticas previstas na literatura, sendo a regularidade em certificações junto à Anvisa identificada como um importante ativo complementar de apropriação de propriedade intelectual para as empresas estudadas (Teece, 1986). Contribuições teóricas/metodológicas: Identificação da utilização de métodos não formais pelas empresas e a sua composição com métodos formais, contribuindo, com isso, para o avanço da literatura e da prática empresarial. Relevância/originalidade: O estudo enfatizou a investigação do uso de métodos não formais para a proteção da propriedade intelectual por empresas incubadas – tema ainda pouco explorado na literatura. Contribuição social e prática: a utilização de métodos não formais é especialmente interessante às pequenas e médias empresas, pois a implementação está sob o seu controle, ou seja, as instituições podem contornar prazos e custos incorridos nos registros formais. Recomenda-se, nesse sentido, ampliar a compreensão do papel dos ativos complementares (Teece, 1986) para as empresas de base tecnológica.

CLASSIFICAÇÃO JEL: L26, M13, O00, O30, O32, O34

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Biografia do Autor

Luciano Benvenuti Roncalio, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Florianópolis/SC, Brasil

Mestre em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia pela UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina. Graduado em Administração de Empresas pela ESAG/UDESC, Especialização em Marketing pela FGV-Management. Extensão em Competências para o Desenvolvimento de Inovações pela UFSC. Certificação Scrum Alliance Product Owner em desenvolvimento ágil; PRINCE2 Practitioner em gerenciamento de projetos. Atualmente é responsável por gestão de projetos, modelagem de processos de negócio, e gestão da inovação tecnológica com ênfase convergência digital no Instituto CERTI Sapientia.

Fernando Richartz, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Florianópolis, SC, Brasil

Professor do Departamento de Ciências Contábeis da UFSC com atuação na Graduação e no Mestrado profissional - Profnit e no Mestrado Profissional em Controle de Gestão. Doutor em Contabilidade (2016) e Mestre em Contabilidade pelo PPGC - UFSC (2013). Bacharel em Ciências Contábeis pela UFSC (2010). Pesquisador vinculado ao Grupo de Gestão de Custos. Conta com experiência na iniciativa privada, onde atuou na criação e como analista de inteligência industrial no Observatório da Indústria Catarinense na Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina e como executivo da Investe SC - Agência de Atração de Investimentos de Santa Catarina.

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Publicado

01-05-2021

Como Citar

Roncalio, L. B., & Richartz, F. (2021). Proteção da propriedade intelectual por empresas incubadas: A utilização de métodos formais e não formais. REGEPE Entrepreneurship and Small Business Journal, 10(2), e1733. https://doi.org/10.14211/regepe.e1733

Edição

Seção

Artigo de pesquisa (Teórico-empírico)