Quando as tensões e barreiras levam à morte: Estudo de casos múltiplos sobre negócios de impacto social baseados na experiência brasileira
DOI:
10.14211/regepe.esbj.e2528Palavras-chave:
Negócio de impacto social, Empreendimentos sociais, Morte, Hibridismo Organizacional, Tensões, Barreiras, Inovação SocialResumo
Objetivo: Este trabalho teve como objetivo compreender a morte dos Negócios de Impacto Social (NIS) em Florianópolis no período entre 2017 e 2022, sob a perspectiva dos atores envolvidos. Sendo assim, foram estudados os empreendimentos SIB 1, SIB 2 e SIB 3. Metodologia/abordagem: A pesquisa parte de uma abordagem qualitativa, com viés exploratório-descritivo, a partir do desenvolvimento de um estudo de casos múltiplos. Os dados foram submetidos à análise temática, documental, descritiva e interpretativa. Principais resultados: A partir das tensões e barreiras manifestadas no campo, foram identificadas quatro razões relacionadas à morte dos NIS: (1) escassez de financiadores no campo socioambiental mercantil; (2) desalinhamento dos atores de suporte com o contexto local; (3) desequilíbrio entre as atividades socioambientais e mercantis; e (4) dificuldade em definir um modelo de negócio sustentável. Contribuições teóricas/metodológicas: As razões da morte dos NIS estão relacionadas às tensões e barreiras identificadas na literatura. Por meio de entrevistas com os principais atores-chave, foi fornecida uma análise detalhada dos principais desafios envolvendo os NIS. Relevância/originalidade: A quase inexistência de pesquisas sobre a morte desse tipo de empreendimento justificam a presente pesquisa e contribuem para a literatura e a prática do campo dos empreendimentos sociais. Contribuições sociais / para a gestão: O estudo aprofunda os desafios práticos e contextuais que impactam os NIS. As descobertas fornecem insights práticos para gestores, atores de suportes e investidores, auxiliando-os nas estratégias para evitar essas dificuldades enfrentadas pelos NIS.
Downloads
Referências
ACATE – Associação Catarinense de Tecnologia. (2023, 16 de junho). Home Page. https://www.acate.com.br
Agarwal, N., Chakrabarti, R., Brem, A., & Bocken, N. (2020). Managing dilemmas of resource mobilization through jugaad: A multi-method study of social enterprises in Indian healthcare. Strategic Entrepreneurship Journal, 14(3), 419–443. https://doi.org/10.1002/sej.1364
Alperstedt, G. D., Andion, C., & Pires, P. K. (2023). Dos empreendimentos sociais aos negócios de impacto: Examinando o debate teórico rumo à inovação social. REGEPE Entrepreneurship and Small Business Journal. https://doi.org/10.14211/regepe.e2214
Alvarenga, R. A. (2016). Study of the contributing factors to the mortality of micro and small enterprises in the state of Maranhão. International Journal of Innovation, 4(2), 106–118. https://doi.org/10.5585/iji.v4i2.36
Andrade, C. (2017). Why did we create the SGB Lab? Medium: Social Good Brasil. https://medium.com/@socialgoodbr/por-que-criamos-o-sgb-lab-8086ed0a33e2
Alter, K. (2007). Social enterprise typology. Virtue Ventures. https://isfcolombia.uniandes.edu.co/images/201519/LRD31.pdf
Barki, E. (2015). Negócios de impacto: Tendência ou modismo? Sociedade e Gestão, 14, 14–17.
Barki, E., Rodrigues, J., & Comini, G. M. (2020). Negócios de impacto: Um conceito em construção. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, 9(4), 477-501.
Battilana, J., Besharov, M., & Mitzinneck, B. (2018). On hybrids and hybrid organizing: A review and roadmap for future research. In R. Greenwood, C. Oliver, T. B. Lawrence, & R. E. Meyer (Eds.), The SAGE handbook of organizational institutionalism (2nd ed.). SAGE Publications Ltd. https://doi.org/10.4135/9781526415066
Battilana, J., & Lee, M. (2014). Advancing research on hybrid organizing - Insights from the study of social enterprises. Academy of Management Annals, 8(1), 397–441. https://doi.org/10.5465/19416520.2014.893615
Besharov, M. L., & Smith, W. K. (2014). Multiple institutional logics in organizations: Explaining their varied nature and implications. Academy of Management Review, 39(3), 364–381. http://dx.doi.org/10.5465/amr.2011.0431
Braun, V., & Clarke, V. (2006). Using thematic analysis in psychology. Qualitative Research in Psychology, 3(2), 77–101. http://dx.doi.org/10.1191/1478088706qp063oa
Bryman, A. (2012). Social research methods (4th ed.). Oxford University Press.
Byerly, R. T. (2015). The social contract, social enterprise, and business model innovation. Social Business, 4(4), 325–343. http://dx.doi.org/10.1362/204440814X14185703122883
Castellas, E. I., Stubbs, W., & Ambrosini, V. (2019). Responding to value pluralism in hybrid organizations. Journal of Business Ethics, 159(3), 635–650. https://doi.org/10.1007/s10551-018-3809-2
Caffrey, J. (2020, June). A profile of social enterprise and their stakeholder networks and engagement. Irish Social Business Campus (ISBC), 01-51.
Child, C. (2020). Whence paradox? Framing away the potential challenges of doing well by doing good in social enterprise organizations. Organization Studies, 41(8), 1147–1167. https://doi.org/10.1177/0170840619857467
Da Silva, L. C., da Silva Marinho, L. E., Rodrigues, M. G., & Andrade, J. D. N. T. (2023). Fatores condicionantes à mortalidade de MPE’s–Micro e Pequenas Empresas no Brasil. ID on line. Revista de Psicologia, 17(65), 141-149. https://doi.org/10.14295/idonline.v17i65.3690
Dees, J. G. (1998). Enterprising nonprofits. Harvard Business Review, 76(1), 54–67.
De Mon, I. A., Gabaldón, P., & Nuñez, M. (2022). Social entrepreneurs: Making sense of tensions through the application of alternative strategies of hybrid organizations. International Entrepreneurship and Management Journal, 18(2), 975–997. https://doi.org/10.1007/s11365-020-00731-5
Defourny, J., & Nyssens, M. (2017). Fundamentals for an international typology of social enterprise models. Voluntas, 28(6), 2469–2497. https://doi.org/10.1007/s11266-017-9884-7
Doherty, B., Haugh, H., & Lyon, F. (2014). Social enterprises as hybrid organizations: A review and research agenda. International Journal of Management Reviews, 16(4), 417–436. https://doi.org/10.1111/ijmr.12028
Ebrahim, A., Battilana, J., & Mair, J. (2014). The governance of social enterprises: Mission drift and accountability challenges in hybrid organizations. Research in Organizational Behavior, 34, 81–100. https://doi.org/10.1016/j.riob.2014.09.001
França Filho, G. C. de, Rigo, A. S., & Souza, W. J. de. (2020). A reconciliação entre o econômico e o social na noção de empresa social: Limites e possibilidades (no contexto brasileiro). Organizações & Sociedade, 27(94), 556–584. https://doi.org/10.1590/1984-9270948
Fundação CERTI. (2014). Sinapse da inovação: Estratégia catarinense na geração de empreendimentos inovadores. Fundação CERTI.
Garcia, F. T., Ten Caten, C. S., de Campos, E. A. R., Callegaro, A. M., & de Jesus Pacheco, D. A. (2022). Mortality risk factors in micro and small businesses: Systematic literature review and research agenda. Sustainability, 14(5), 2725.
Garrow, E. E., & Hasenfeld, Y. (2014). Social enterprises as an embodiment of a neoliberal welfare logic. American Behavioral Scientist, 58(11), 1475–1493. https://doi.org/10.1177/0002764214534674
Godoy, A. S. (1995). Pesquisa qualitativa: Tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas, 35(3), 20–29. https://doi.org/10.1590/S0034-75901995000300004
Hackett, M. T. (2016). Solving ‘social market failures’ with social enterprises? Grameen shakti (village energy) in Bangladesh. Journal of Social Entrepreneurship, 7(3), 312-341. https://doi.org/10.1080/19420676.2016.1188324
He, T., Liu, M. J., Phang, C. W., & Luo, J. (2022). Toward social enterprise sustainability: The role of digital hybridity. Technological Forecasting and Social Change, 175, 121360.
Hudson, R. (2009). Life on the edge: Navigating the competitive tensions between the "social" and the "economic" in the social economy and in its relations to the mainstream. Journal of Economic Geography, 9(4), 493–510. http://dx.doi.org/10.1093/jeg/lbp005
Jornada Amazônia. (n.d.). Home Page. Retrieved June 16, 2023, from https://jornadaamazonia.org.br/
Kraatz, M. S., Block, E. S., & Lounsbury, M. (2008). Organizational implications of institutional pluralism. In R. Greenwood, C. Oliver, R. Suddaby, & K. Sahlin-Andersson (Eds.), The SAGE handbook of organizational institutionalism (pp. 243-275). SAGE Publications Ltd.
Mair, J., & Martí, I. (2006). Social entrepreneurship research: A source of explanation, prediction, and delight. Journal of World Business, 41(1), 36–44. https://doi.org/10.1016/j.jwb.2005.09.002
Mackey, J., & Sisodia, R. (2013). Capitalismo consciente. HSM Editora.
OBISF – Observatório de Inovação Social de Florianópolis. (2022). Home Page. Universidade do Estado de Santa Catarina. https://observafloripa.com.br/
Martin, B., Walsh, L., Keating, A., Vyakarnam, S., & Shaw, E. (2024). The demise of a rising social enterprise for persons with disabilities: The ethics and the uncertainty of pure effectual logic when scaling up. Journal of Business Ethics, 191, 107–130. https://doi.org/10.1007/s10551-023-05390-4
Ometto, M. P., et al. (2019). From balancing missions to mission drift: The role of the institutional context, spaces, and compartmentalization in the scaling of social enterprises. Business & Society, 58(5), 1003–1046. http://dx.doi.org/10.1177/0007650318758329
Pel, B., Wittmayer, J., Dorland, J., & Jorgensen, M. S. (2018). Unpacking the social innovation ecosystem: A typology of empowering network constellations. In Annals of the 10th International Social Innovation Research Conference (ISIRC).
Petrini, M., Scherer, P., & Back, L. (2016). Business model with a social impact. RAE Revista de Administração de Empresas, 56(2), 209–225. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020160207
Pires, P. K. (2021). A gramática do impacto: A figura complexa dos negócios de impacto no Brasil [Doctoral dissertation, Universidade do Estado de Santa Catarina]. http://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000093/0000932a.pdf
Receita Federal. (n.d.). Home Page. Retrieved from https://www.gov.br/receitafederal/pt-br
Robinson, J. (2006). Navigating social and institutional barriers to markets: How social entrepreneurs identify and evaluate opportunities. In A. Nicholls (Ed.), Social entrepreneurship: New models of sustainable social change (pp. 202-230). Oxford University Press. https://doi.org/10.1057/9780230625655_7
Santos, F., Pache, A.-C., & Birkholz, C. (2015). Making hybrids work: Aligning business models and organizational design for social enterprises. California Management Review, 57(3), 36-58. https://doi.org/10.1525/cmr.2015.57.3.36
Sarhangi, R., Mashayekhi, A. N., & Souzanchi Kashani, E. (2021). From black and white to yin and yang: Exploring the management of tensions in social enterprises. Journal of Social Entrepreneurship. https://doi.org/10.1080/19420676.2021.1987970
Sebrae. (2014). Como definir o preço de venda de um produto ou serviço. Artigos. https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-definir-o-preco-de-venda-de-um-produt o-ou-servico,cc9836627a963410VgnVCM1000003b74010aRCRD
Shaw, E., & Bruin, A. (2013). Reconsidering capitalism: The promise of social innovation and social entrepreneurship? International Small Business Journal, 31(7), 737–746. https://doi.org/10.1177/0266242613497494
Smith, W. K., Gonin, M., & Besharov, M. L. (2013). Managing social-business tensions: A review and research agenda for social enterprise. Business Ethics Quarterly, 23(3), 407–442. https://doi.org/10.1177/0266242613497494
Smith, W. K., & Lewis, M. W. (2011). Toward a theory of paradox: A dynamic equilibrium model of organizing. Academy of Management Review, 36(2), 392-414. https://doi.org/10.5465/AMR.2011.59330958
Sroka, W., & Meyer, N. (2021). A theoretical analysis of social entrepreneurship: The case of Poland and South Africa. Journal of Eastern European and Central Asian Research, 8(1), 133–148. https://doi.org/10.15549/jeecar.v8i1.596
Stevens, R., Moray, N., & Bruneel, J. (2015). The social and economic mission of social enterprises: Dimensions, measurement, validation, and relation. Entrepreneurship: Theory and Practice, 39(5), 1051–1082. https://doi.org/10.1111/etap.12091
Vázquez-Maguirre, M., & Portales, L. (2018). Profits and purpose: Organizational tensions in indigenous social enterprises. Intangible Capital, 14(4), 604–618. https://doi.org/10.3926/ic.1208
Young, D. R., & Lecy, J. D. (2014). Defining the universe of social enterprise: Competing metaphors. Voluntas, 25(5), 1307–1332. https://doi.org/10.1007/s11266-013-9396-z

Publicado
Métricas
Visualizações do artigo: 34 PDF (English) downloads: 0 Audio (English) downloads: 0 Video (English) downloads: 0 Peer review report (English) downloads: 0
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Maryane Cristina de Souza Crestani, Graziela Dias Alperstedt, Helena Kuerten de Salles

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- O(s)/A(s) autor(es)/autora(s) autorizam a publicação do texto na revista;
- A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seus autores/autoras;
- Autores/autoras mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho publicado sob a Licença CC BY 4.0
, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores/autoras são permitidos e encorajados a postar seu trabalho (Versão submetida, Versão aceita [Manuscrito aceito pelo autor/autora] ou Versão publicada [Versão do registro]) online, por exemplo, em repositórios institucionais ou preprints, pois isso pode levar a trocas produtivas, bem como a citações anteriores e maiores de trabalhos publicados. A REGEPE pede como condição política para os autores/autoras que indiquem/vinculem o artigo publicado com DOI. Veja o Efeito do Acesso Livre.
Dados de financiamento
-
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina
Números do Financiamento TO 2023TR000553 -
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Números do Financiamento 403185/2021-1