A Influência dos Aspectos Cognitivos e Afetivos de Mulheres Empreendedoras nas Diferentes Fases de Desenvolvimento de um Negócio

Autores

  • Ana Eliza Galvão Cortez anigalvao86@gmail.com
    Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.
  • Afrânio Galdino de Araújo afranioga@gmail.com
    Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Fernando Antônio de Melo Pereira fernandopcmm@gmail.com
    Universidade de São Paulo - USP.

DOI:

10.14211/regepe.v6i2.446

Palavras-chave:

Empreendedorismo feminino, Aspectos cognitivos, Aspectos afetivos, Fases de um negócio

Resumo

Esta pesquisa propõe-se a explicar como os aspectos cognitivos e afetivos influenciam as ações de mulheres empreendedoras nas diferentes fases de desenvolvimento de um negócio. Norteia-se por um modelo que sugere que os aspectos afetivos são mais influentes nas ações dos empreendedores nas fases iniciais de um empreendimento e na medida em que este se desenvolve, os fatores cognitivos tornam-se mais presentes. Visando demarcar melhor tais períodos de evolução, foi integrada uma abordagem que aponta cinco fases de desenvolvimento de um negócio. Em termos metodológicos, trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza qualitativa. Dez participantes foram selecionadas de forma intencional entre as empreendedoras de uma cidade localizada na região Seridó do Rio Grande do Norte, para a realização de entrevistas. A técnica utilizada para a análise de dados qualitativos foi a análise de conteúdo temático. Dentre os resultados, a pesquisa identificou que na fase de nascimento do negócio, as empreendedoras investigadas agem influenciadas por aspectos afetivos e nas fases seguintes, quando há a percepção da necessidade de uma melhor organização, os aspectos cognitivos são mais influentes. O medo emergiu como um aspecto afetivo que permeia a ação das empreendedoras na fase de renovação e a capacidade de negociação, como um aspecto cognitivo evidenciado pelas empreendedoras da fase de declínio, sugerindo-se a incorporação desses dois aspectos em estudos futuros que tratem dessa relação em empreendedores.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Eliza Galvão Cortez, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.

Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, Natal. Professora pela Faculdade Metropolitana de Ciências e Tecnologia - FAMEC, Rio Grande do Norte.

Afrânio Galdino de Araújo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Pernambuco. Porfessor Associado a Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.

Fernando Antônio de Melo Pereira, Universidade de São Paulo - USP.

Doutorando em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade na Universidade de São Paulo - FEAC/USP, São Paulo.

Referências

Adizes, I. (2001). Gerenciando os ciclos de vida das organizações. São Paulo: Prentice Hall.

Alperstedt, G. D., Ferreira, J. B., & Serafim, M. C. (2014). Empreendedorismo feminino: dificuldades relatadas em histórias de vida. Revista de Ciências da Administração, v. 16, n. 40, p. 221-234.

Armstrong, S. J., Cools, E., & Sadler-Smith, E. (2012). Role of cognitive styles in business and management: Reviewing 40 years of research. International Journal of Management Reviews, v. 14, n. 3, p. 238-262.

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. 1.ed. São Paulo: Edições 70.

Baron, R. A. (2004).The cognitive perspective: a valuable tool for answering entrepreneurship's basic “why” questions. Journal of Business Venturing, v. 19, n. 2, p. 221-239.

Baron, R. A. (2008). The role of affect in the entrepreneurial process. The Academy of Management Review. v.33, n.2, p. 328-340.

Baron, R. A., Hmieleski, K. M., & Henry, R. A. (2012). Entrepreneurs' dispositional positive affect: The potential benefits–and potential costs–of being “up”. Journal of Business Venturing, v. 27, n. 3, p. 310-324.

Baron, R. A., & Tang, J. (2011).The role of entrepreneurs in firm-level innovation: Joint effects of positive affect, creativity, and environmental dynamism. Journal of Business Venturing, v. 26, n. 1, p. 49-60.

Borges, C., Filion, L. J., & Simard, G. (2008). Jovens empreendedores e o processo de criação de empresas. Revista de Administração Mackenzie, v. 9, n. 8, art. 145, p. 39-63.

Bruyat, C., & Julien, Pierre-André. (2001). Defining the field of research in entrepreneurship. Journal of business venturing, v. 16, n. 2, p. 165-180.

Campos, H. M., Parellada, F. S., Atondo, G. H., & Quintero, M. R. (2015). Strategic decision making, entrepreneurial orientation and performance: an organizational life cycle approach. Revista de Administração FACES Journal, v. 14, n. 2.

Chen, Ming-Huei, Chang, Yu-Yu, & Lo, Ya-Hsun. (2015). Creativity cognitive style, conflict, and career success for creative entrepreneurs. Journal of Business Research, v. 68, n. 4, p. 906-910.

Churchill, N. C., & Lewis, V. L. (1983). The five stages of small business growth. Harvard Business Review, v. 61 n. 3, p. 1-12.

Cortez, A. E. G., Ferreira, T. B., Ferreira, C de M., & Araújo, A. G. (2016). Cognição e afetividade nas trajetórias empreendedoras das mulheres da cidade do Natal – RN. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, v.5, n.2.

Dubini, P., & Aldrich, H. (1991).Personal and extended networks are central to the entrepreneurial process. Journal of Business Venturing, v. 6, n. 5, p. 305-313, 1991.

Ferreira, J. M., & Nogueira, E. E. S. (2013). Mulheres e suas histórias: razão, sensibilidade e subjetividade no empreendedorismo feminino. Revista de Administração Contemporânea, v. 17, n. 4, p. 398-417.

Flick, U. (2009). Introdução a pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

García, J. B. D., Puente, E. Q., & Mazagatos, V. B. (2015). How Affect Relates to Entrepreneurship: A Systematic Review of the Literature and Research Agenda. International Journal of Management Reviews, v. 17, n. 2, p. 191-211.

Gimenez, F. A. P., Ferreira, J. M., & Ramos, S. C. (2017). Empreendedorismo Feminino no Brasil: Gênese e Formação de um Campo de Pesquisa. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, v. 6, n. 1, p. 40-74.

Global Entrepreneurship Monitor. (2015). Empreendedorismo no Brasil 2015: Relatório Executivo. Curitiba: IBQP.

Godoy, A. S. (2005). Refletindo sobre critérios de qualidade da pesquisa qualitativa. GESTÃO. Org-Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, v. 3, n. 2, p. 85-94.

Gomes, A. F. (2004). O perfil empreendedor de mulheres que conduzem seu próprio negócio: um estudo na cidade de Vitória da Conquista - BA. Revista Alcance, v. 11, n. 2, p. 207-226.

Hanks, S. H. (2015). The organization life cycle: Integrating content and process. Journal of Small Business Strategy, v. 1, n. 1, p. 1-12.

Hurley, A. E. (1999). Incorporating feminist theories into sociological theories of entrepreneurship. Women in Management Review, v. 14, n. 2, p. 54-62.

Johnson, K. L., Danis, W. M., & Dollinger, M. J. (2008). Are you an innovator or adaptor? The impact of cognitive propensity on venture expectations and outcomes. New England Journal of Entrepreneurship, v. 11, n. 2, p. 5.

Kvale, S. (2011). Las entrevistas en investigación cualitativa. Ediciones Morata.

Lester, D. L, Parnell, J. A., & Carraher, S. (2003). Organizational life cycle: A five stage empirical scale. In¬ternational Journal of Organizational Analysis, v. 11, n. 4, p.339–354.

Lester, D. L., Parnell, J. A., & Menefee, Michael L. (2008). Organizational life cycle and innovation among entrepreneurial enterprises. Journal of Small Business Strategy, v. 19, n. 2, p. 37.

Machado-Da-Silva, C., Vieira, M. M. F., & Dellagnelo, E. (1998). Ciclo de Vida, Controle e Tecnologia: um modelo para análise das organizações. Organizações & Sociedade, v. 5, n. 11, p. 77-104.

Machado, H. V., St-Cyr, L., Mione, A., & Alves, M. C. M. (2003). O processo de criação de empresas por mulheres. RAE-eletrônica, v. 2, n. 2, p. 1-22.

Machado, H. V., Gazola, S., & Anez, M. E. M. (2013). Criação de empresas por mulheres: um estudo com empreendedoras em Natal, Rio Grande do Norte. Revista de Administração Mackenzie, v. 14, n. 5, p. 177-200.

Martins, C. B., Crnkovic, L. H., Pizzinatto, N. K., & Maccari, E. A. (2010) Empreendedorismo feminino: características e perfil de gestão em pequenas e médias empresas. Revista de Administração da UFSM, v. 3, n. 2, art. 9, p. 288-302.

McClelland, D. C. (1971). The achievement motive in economic growth. In: KILBY, P. (Ed.). Entrepreneurship and economic development. New York: The Free Press, 1971. p. 109-122.

Merriam, S. B. (2009). Qualitative research: A guide to design and implementation. 2.ed, San Franscisco: Jossey-Bass.

Miller, D., & Friesen, P. H. (1984). A longitudinal study of the corporate life cycle. Management science, v. 30, n. 10, p. 1161-1183.

Mitchell, R. K. et al. (2002).Toward a theory of entrepreneurial cognition: rethinking the people side of entrepreneurship research. Entrepreneuship Theory & Practice, v. 27, n. 2, p. 93-104.

Mitchelmore, S., & Rowley, J. (2013). Entrepreneurial competencies of women entrepreneurs pursuing business growth. Journal of Small Business and Enterprise Development, v. 20, n. 1, p. 125-142.

Morris, H. M., Kuratko, F. D., Schindehutte, M., & Spivack, J. A. (2012). Framing the entrepreneurial experience. Entrepreneurship Theory and Practice, v. 36, n. 1, p. 11-40.

Myers, M. D. (2013). Qualitative Research in Business & Management. Sage.

Nassif, V. M. J., Ghobril, A. N., Costa, A. C. F., Silva, N. S., & Guardani, F. (2004). Contribuição para o entendimento das competências do empreendedor: a derivação de um esquema a partir de relatos de trajetórias empresariais em pequenas empresas. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPAD, 28., 2004, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro.

Nassif, V. M. J., Andreassi, T., Tonelli, M. J., & Fleury, M. T. L. (2012). Women entrepreneurs: Discussion about their competencies. African Journal of Business Management, v. 6, n. 26, p. 7694-7704.

Nassif, V. M. J., Ghobril, A. N., & Silva, N. S. (2010). Understanding the entrepreneurial process: a dynamic approach. Brazilian Administration Review, v. 7, n. 2, p. 213-226.

Pelogio, E. A. (2011). Criação de empresas à luz do modelo de decisão effectuation: um estudo com mulheres empreendedoras no município de Currais Novos/RN. 2011. 98 f. Dissertação (Mestrado em Políticas e Gestão Públicas; Gestão Organizacional) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal.

Powell, G. N., & Eddleston, A. K. (2013). Linking family-to-business enrichment and support to entrepreneurial success: Do female and male entrepreneurs experience different outcomes? Journal of Business Venturing, v. 28, p. 261-280.

Rey-Martí, A., Porcar, A. T., & Mas-Tur, A. (2015). Linking female entrepreneurs' motivation to business survival. Journal of Business Research, v. 68, n. 4, p. 810-814.

Shane, S., & Venkataraman, S. (2000). The promise of entrepreneurship as a field of research. Academy of Management Review, v. 25, n. 1, p. 217-226.

Souza, J. R. (2008). Torotó, berço de Currais Novos. Natal: EDUFRN – Editora da UFRN.

Strobino, M. R. C., & Teixeira, R. M. (2014). Empreendedorismo feminino e o conflito trabalho-família: estudo de multicasos no comércio de material de construção da cidade de Curitiba. Revista de Administração, v. 49, n. 1, p. 59-76.

Su, S., Baird, K., & Schoch, H. (2015). The moderating effect of organizational life cycle stages on the association between the interactive and diagnostic approaches to using controls with organisational performance. Management Accounting Research, v. 26, p. 40-53.

Vale, G. M. V. (2014). Empreendedor: origens, concepções teóricas, dispersão e integração. Revista de Administração Contemporânea, v. 18, n. 6, p. 874-89.

Vergara, S. C. (2013). Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 14.ed. São Paulo: Atlas.

Vita, L., Mari, M., & Poggesi, S. (2014).Women entrepreneurs in and from developing countries: Evidences from the literature. European Management Journal, v. 32, n. 3, p. 451-460.

Downloads

Publicado

01-08-2017

Métricas


Visualizações do artigo: 3642     PDF downloads: 1243

Como Citar

Cortez, A. E. G., de Araújo, A. G., & Pereira, F. A. de M. (2017). A Influência dos Aspectos Cognitivos e Afetivos de Mulheres Empreendedoras nas Diferentes Fases de Desenvolvimento de um Negócio. REGEPE Entrepreneurship and Small Business Journal, 6(2), 234–262. https://doi.org/10.14211/regepe.v6i2.446

Edição

Seção

Artigo de pesquisa (Teórico-empírico)

Artigos Semelhantes

<< < 6 7 8 9 10 11 12 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)